
Curso na cidade tem boneco que imita reações de um paciente de verdade. Alunos estudam casos reais graças a fibra que liga faculdade e hospital.
A tecnologia tem se tornado cada vez mais indispensável na vida das pessoas, e na medicina não é diferente. Equipamentos têm ajudado a salvar vidas e até nas faculdades, alguns aparelhos ajudam no aprendizado dos alunos. Em São José do Rio Preto (SP), um boneco é quase que um paciente real.
O curso de medicina de uma faculdade em Rio Preto investe em simuladores de alta fidelidade para desenvolvimento prático do aluno. O boneco, chamado de SimMan, fica em um dos laboratórios de simulação da faculdade, que possui um complexo laboratorial para simulação realística e treinamento de habilidades. “Tem exames de eletrocardiograma, Raio X, todos exames de imagens, exames laboratoriais, tudo é verdadeiro”, afirma o médico Toufic Anbar Neto.
O SimMan é um simulador que reproduz fielmente o paciente, para treinamento de alunos em tempo real de tomadas de decisões e procedimentos médicos. Está ligado a um computador onde é possível comandar o robô que fala, tosse, vomita e apresenta sons cardíacos, pulmonares e abdominais em simulação de situações passíveis de acontecer na vida real. “A gente tem a simulação real de casos do dia a dia e temos oportunidade de treinar, corrigir os erros e ir melhorando profissionalmente”, afirma o estudante de medicina João Lucas Olímpia.
Com o boneco é possível realizar o treinamento de urgências, emergências, atitudes e comportamento perante pacientes, trabalho em equipe e liderança, homologar protocolos e novas condutas, praticar procedimentos e ambientar os estudantes aos diversos cenários de prática. “Hoje essa é uma das tendências na educação médica no mundo, a taxa de aprendizagem é de 90% com um boneco e na aula teórica fica em torno de 5%”, afirma Toufic.
Na Famerp, a Faculdade de Medicina de Rio Preto, a partir do primeiro ano de medicina, os alunos têm acesso a casos reais de trauma graças a fibra ótima que liga o laboratório de anatomia ao departamento de radiologia do HB. A Famerp é a única do interior a ter esta tecnologia disponível aos alunos. Este diferencial foi implantado em 2014.
A conexão possibilita recebimento de imagem radiológica diretamente para o computador e transmitida para TV de 55 polegadas instalada no laboratório. “O banco de dados é gigantesco, um banco de dados muito grande facilita a análise de casos raros, facilita o estudo de variações anatômicas e facilita também o entendimento do aluno, comparando imagens, porque o ser humano não é igual um ao outro”, afirma o professor Fernando Batigalha.
Além da possibilidade de várias situações reais, as imagens tridimensionais ilustram bem melhor a teoria do que as fotos nos livros. “No dia a dia da prática médica, a gente vai se deparar muito com essas imagens, com o Raio-X, a ressonância magnética, a ultrassonografia. Então, é importante desde já, desde o primeiro ano, estar habituado com as imagens”, diz o aluno João Marcos Zanatta.